História do "Lapa Azul"

Roque Santeiro foi um pracinha?

Roque Santeiro: roteiro baseado numa alegoria antifebiana

Roque Santeiro (1985-86) foi a novela de maior sucesso na teledramaturgia brasileira, e poucos sabem que o seu roteiro teve origem na história fictícia de um veterano da FEB. Entretanto, isso não é motivo de orgulho para os que prezam a memória dos pracinhas.

Muito pelo contrário.

Ao final dos anos 1950, os teóricos marxistas ligados à Escola de Frankfurt criaram uma nova forma de combater o capitalismo. Como era inútil negar a prosperidade do Ocidente, resolveram caracterizar o modelo civilizatório ocidental como “opressor”. Delinquentes e depravados deveriam ser enaltecidos, enquanto heróis seriam esquecidos ou ridicularizados. Teve início o marxismo cultural.

As Organizações Globo seguiram à risca essa estratégia. De Marighella a Hilda Furacão, entre os brasileiros famosos no século passado, é difícil apontar um criminoso, terrorista ou prostituta, que não tenha sido glorificado(a) por novelas, minisséries ou filmes da Globo.

Já quanto à FEB, ressalvado um ou dois “Globo Repórter”, a emissora só não lhe dedicou o total esquecimento por conta de uma novela tão famosa e bem produzida quanto infame.

Roque Santeiro é uma adaptação da peça “O Berço do Herói”, de Dias Gomes, cujo protagonista é o cabo Roque, que desaparecera em meio à uma batalha na Itália, em 1944, enquanto avançava contra o inimigo. A cidade natal de Roque fora rebatizada com o nome do herói, bem como escolas e até o time de futebol.

Passados 20 anos, Roque reapareceu na cidade, dizendo ter fugido do combate e vivido desde então com uma italiana. Enfim, as homenagens dedicadas ao pracinha foram um engodo. O herói era, na verdade, um covarde. Dias Gomes montara uma alegoria antifebiana.

Há poucos atos mais execráveis do que vilipendiar a memória dos veteranos de guerra, e o roteirista global fez questão de levá-lo para a televisão, trocando a figura do militar pela de um coroinha que morrera defendendo a cidade. O Zé das Medalhas, vivido por Armando Bogus, remete às medalhas de guerra. Em 1975, próximo à estreia da obra na TV, o DOPS censurou a novela, pois em uma escuta telefônica Dias Gomes confessava que Roque Santeiro era uma adaptação “para enganar os militares”. A alegoria antifebiana se disfarçou de alegoria anticatólica. A obra só seria exibida na década seguinte.

Os folhetins e tramas elaboradas pelo casal Dias Gomes e Janete Clair dominaram a televisão brasileira durante boa parte dos anos 1960-70-80, influenciando sobremaneira a cultura e o decadente comportamento moral da nossa sociedade desde então.

Muito cuidado com as alegorias que a TV Globo lhe oferece.

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