Segundo um provérbio atribuído a Confúcio, uma imagem vale por mil palavras; de fato, quase sempre funciona assim, e, às vezes, certas imagens ultrapassam as mil palavras. Foi baseado nesse pensamento que este post foi escrito.
As fotos a seguir podem enganar os desavisados, pois não registram uma passeata no Brasil, mas em um distante país estrangeiro na Europa. Trata-se das comemorações pela libertação da cidade italiana de Montese, pelas tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a II Guerra Mundial.

Olhando as imagens, o observador perspicaz irá notar que as bandeiras do Brasil e os símbolos da FEB, levados pelas crianças, não foram impressos em gráficas, mas coloridas pelos estudantes. Em certo momento da atividade, a Canção do Expedicionário foi cantada em português pelos jovens. Ali não aconteceu uma mera atividade partidária — tão comum por estas bandas —, com faixas e cartazes encomendadas por políticos, e sim uma legítima manifestação de civismo e gratidão.
A bela homenagem do povo italiano, que realiza esta cerimônia há décadas, inspira uma reflexão. Não vamos tratar aqui do esquecimento dos nossos pracinhas no Brasil, seja pelo Poder Público, pela imprensa ou pelos educadores, que praticamente baniram a FEB dos livros de História. Nem vamos debater acerca da tendência nacional em recorrer aos seus soldados apenas nos momentos de crise (guerras, governos corrompidos, etc), para esquecê-los em seguida. Trata-se de algo que parece ter origem em nosso legado cultural ancestral, apontado pelo Padre Antônio Vieira ainda no século XVII: “Se servistes à pátria, que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, ela o que costuma”. Por ora, deixemos a tarefa de decifrar este enigma para os sociólogos.
Contudo, é possível enxergar algo mais. Sim, vivemos em uma sociedade indigna do sacrifício dos nossos febianos. Tal qual um narciso às avessas, ao menosprezarmos a História, cuspimos em nossa própria imagem. Não cultivamos os feitos heroicos dos nossos antepassados, certos de que a hipotética grandeza futura da nação independe deles. Mas nem tudo é motivo de lamento.
A FEB possui o seu valor marcado na História. Pouco importa se ele não é reconhecido pela historiografia atual — em grande parte desfigurada por manipulações de cunho ideológico, amadorismos ou interesses mesquinhos. Mesmo encontrando fortes obstáculos em sua formação, treinamento e equipamento, a Divisão brasileira teve um desempenho similar às melhores Divisões Aliadas no Teatro de Operações italiano, formadas em condições incomparavelmente melhores. Sobretudo, o carinho dispensado pelos pracinhas no trato com a população ficou incrustado na memória dos civis.
Os brasileiros que lutaram na Itália trouxeram a liberdade à dezenas de cidades e pequenas aldeias da Toscana e da Emília-Romagna. Tamanha é a gratidão aos pracinhas, repassada de geração em geração pelos habitantes dessas localidades, que os turistas brasileiros relatam histórias aparentemente irreais aos seus patrícios. Muitos, ao se identificarem como brasileiros, recebem o agradecimento de italianos de diversas idades por algo feito pelos febianos há quase 70 anos. Um pouco deste reconhecimento pode se visto nesta sequência fotográfica.

Na foto abaixo, um menino italiano exibe sorridente o estandarte da FEB. Como no provérbio de Confúcio, esta imagem vale por um milhar de palavras que, por sua vez, podem ser resumidas em apenas três: “Obrigado soldados brasileiros!”.

P.S. Obrigado povo italiano! Vocês se mostraram dignos do sacrifício da FEB.
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Fonte: Perfil do Museu da ANVFEB de Belo Horizonte no Facebook.
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Categorias:A FEB nas Escolas, História da FEB
Me orgulho de nossas forças.
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Enquanto isso, retiram o nome do Marechal Castello Branco (herói da FEB; medalhado e responsável por boa parte da estratégia da tomada do Minte Castello) de ruas, avenidas e escolas, para colocar o nome DE TERRORISTAS BOMBISTAS, COMO MARIGHELLA E MANDELA – …este país está perdido…
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