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Lições da Mascarenhas de Moraes

Diz a sabedoria popular que o caráter de um homem se mostra quando lhe é dado poder. Isso é verdadeiro, particularmente quanto ao trato dispensado às pessoas mais humildes. Na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, o General de Divisão Mascarenhas de Moraes ocupava o mais alto posto do Exército Brasileiro, comandando uma Divisão com mais de 25.000 homens. Em meio aos afazeres da guerra, o oficial lembrou-se da Dona Amélia, sua primeira professora, na modesta cidade de São Gabriel. Mascarenhas escreveu-lhe a seguinte carta:

O General Mascarenhas de Moraes incluiu o teor desta carta em seu livro de memórias, publicado postumamente, fazendo questão de ressaltar que somente na sua maturidade foi possível avaliar, em toda extensão, o quanto devia à mestra que lhe moldou o caráter na infância:

Mascarenhas de Moraes foto
Caráter forjado nos bancos escolares: em pleno combate, o General Mascarenhas de Moraes reconheceu o valor da sua primeira professora.

 “Seus ensinamentos, em especial de formação moral e cívica, sempre os tive presentes em meu espírito. Nas horas supremas do dever a cumprir, eles, do subconsciente onde permaneciam, assistiram-me tanto quanto os recebidos de meus primeiros e constantes educadores — meus pais.”

Mais do que uma prova da grandeza do caráter do general Mascarenhas — e do papel do educador nesse processo — esta carta serve como reflexão sobre o modelo de Educação em voga no país: avesso aos valores morais, cívicos e à família. Que tipo de futuro estamos preparando para o Brasil?

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[1] MASCARENHAS DE MORAES, J.B. Memórias 2.ed., Rio de Janeiro Bibliex, 1984, v.2, p.448.

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