O Embarque do 1º Escalão da FEB

Conspirações e controvérsias

O próximo 2 de julho marca o aniversário de 80 anos da partida do 1º Escalão da FEB para a guerra. Algumas controvérsias marcam essa data histórica. Qual ou quais razões levaram à escolha da tropa que seguiria em primeiro lugar para o campo de batalha? Qual regimento embarcaria em primeiro lugar: o 1º Regimento de Infantaria (RJ), o 6º Regimento de Infantaria (SP) ou o 11º Regimento de Infantaria (MG)? Quem comandaria o destacamento precursor?

Houve mal-estar durante reunião secreta no Ministério da Guerra, quando o general Kröner, adido militar americano, passou os detalhes do escalonamento da FEB. Segundo o coronel Lima Brayner, chefe do Estado-Maior da 1º DIE, “o general Mascarenhas ouvia a tudo, como se estivesse transportado a um outro mundo”. Ao ter ciência de que não acompanharia o 1º Escalão, ele não se conteve: “Quando eu falei ao general Dutra, ministro da Guerra, da necessidade de eu embarcar com o 1º Escalão, opôs-se ele a essa ideia. Somente minha obstinação o demoveu dessa posição”, escreveu em suas memórias. O cioso militar gaúcho julgou tratar-se de manobra para alijá-lo do comando da expedição nacional, em prol do general Zenóbio da Costa.

Decidiu-se compor o 1º Escalão com o 6º Regimento de Infantaria, o II Grupo de Artilharia, a 1ª Cia do 9º Batalhão de Engenharia, mais frações de outras Armas e Serviços, e elementos auxiliares. Conforme avaliação de Lima Brayner, escolhera-se o Sexto entre os três regimentos por questões de manutenção do sigilo, ligadas à personalidade dos seus comandantes, pois Segadas Vianna era “homem de temperamento moderado, pouco loquaz, às vezes até taciturno”; Delmiro Pereira fora preterido por não ter frequentado o curso de emergência de Infantaria no Forte Benning (EUA), enquanto Caiado de Castro “era tido como boquirroto, extrovertido”.