História da FEB

Um “tenente” na FEB

Oswaldo Cordeiro de Farias (1901-1981), assinalado na imagem acima, foi o ilustre Comandante da Artilharia Divisionária da FEB. Gaúcho de Jaguarão, sentou praça com apenas 16 anos, ingressando na Escola Militar do Realengo em 1917. Foi promovido a 2° tenente em 1920 e a 1° tenente no ano seguinte.

Vivenciou um dos períodos mais turbulentos da história brasileira, quando o autoritarismo e a corrupção da República Velha provocaram a revolta da população, em particular da jovem oficialidade.

Em 1924, integrou o levante tenentista no RS, comandando a seguir um dos quatro destacamentos da Coluna Miguel Costa-Prestes. Na vitoriosa Revolução de 1930, ajudou a colocar um ponto final no odiado regime.

Cordeiro de Farias na Coluna Miguel Costa-Prestes (1924-1927)  CPDOC/FGV
Cordeiro de Farias na Coluna Miguel Costa-Prestes (1924-1927) CPDOC/FGV


Getúlio Vargas levou ao poder os famosos “tenentes”, que gozavam de imensa admiração da opinião pública, e sua opção política mostrou-se acertada em virtude das sérias convulsões que viriam em seguida. Farias combateu com sucesso tanto a Intentona Comunista quanto a Integralista. Nomeado Interventor Federal no RS, promoveu intensa campanha contra a infiltração nazista no Estado. Foi o mais jovem general de brigada promovido pelo EB, com apenas 40 anos de idade.

Em 1943, voluntariou-se para servir na FEB. “Eu queria ir para a guerra, era a alma do soldado que pedia”, declarou. Sua liderança foi fundamental para que a Artilharia Expedicionária tivesse um magnífico desempenho.

Foi promovido a marechal e transferido para a reserva em 1965. Jamais um general do Exército esteve tanto tempo na ativa (23 anos).

O brioso oficial combateu todas as ameaças da sua época: das oligarquias perniciosas da República Velha aos comunistas de 1935 e 1964; dos integralistas tupiniquins aos fascistas e nazistas em solo italiano.

Foi o legítimo “tenente”: militares de imensa coragem, idealismo e devoção à Pátria. Em 1922, indignados com a tirania e as fraudes eleitorais, tenentes revoltosos assumiram o controle do Forte de Copacabana, recusando o ultimato de rendição, mesmo sob pesado bombardeio aéreo e naval.

Fragmentos da Bandeira Nacional distribuídos entre os revoltosos tenentistas, em exposição no Forte de Copacabana (O Globo)

Arriaram a Bandeira Nacional, rasgando-a em pedaços repartidos entre si, antes da derradeira luta num combate desigual. Dos tenentes que integraram o pelotão suicida, apenas dois sobreviveram (Siqueira Campos e Eduardo Gomes). Honraram o sagrado juramento à Bandeira com o sacrifício da própria vida.

Em tempos de censura, perseguição política, processo eleitoral manipulado e eleições sob suspeita — similares às da República Velha —, parecem nos faltar homens da geração de Cordeiro de Farias.

4 respostas »

  1. Durval Lourenço Pereira, autor de vários livros ícones sobre a Segunda Guerra Mundial e mais especificamente sobre a participação brasileira no conflito, destaco a magnífica obra “Operação Brasil” como o mais completo e definitivo trabalho de pesquisa já publicado no Brasil sobre o assunto! Parabéns!!!!!!

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      • Boa noite. Meu pai participou de ima Patrulha para tomada de Monte Plano e Monte Castelo. Tenente Mario Cabral de Vasconcelos você sabe algo sobre meu pai herói?

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